2 de março de 2009

espectro

Quem anda a flagelar as entranhas onde me escondo?
O que é esta torrente de lava ardente que me dilui e me leva ao chão?
Quando durmo em mim, pequena no meu pijama de sonho, porque me cortam as dolorosas festas do sentir?
Se fecho os olhos, se dou tempo ao corpo para ouvir e falar, logo ele se queixa de ti...que está irrestivelmente à espera... de morrer...
Vivo por te sentir, sinto para não continuar a viver... a lógica deste louco descompassado guia-me num túnel de luz, e eu sempre a ver apenas o escuro, onde tu ainda brincas com as memórias...e as tornas respiração.
O meu corpo é o teu recreio e as memórias os teus brinquedos...constrois assim castelos de areia que eu guardo como tesouros. Mesmo quando o mar, sábio, os tenta alisar e tornar de novo Começo, lá vou eu ansiosamente reconstruir e refazer, o que já não há. Tudo acontece num momento apenas, mas o meu passado está aqui e agora.
Quero brincar sozinha, sem a tua sombra a tocar-me no pescoço..

Sem comentários:

Enviar um comentário