Amo-te com as pernas
traçadas
abraçadas
uma sobre a outra, na ânsia de afago.
Amam-te as pernas
o tronco já não o pode fazer,
mutilado está nos tiroteios da reciprocidade
ou da falta dela
ou da sua conturbada obscuridade.
Amo-te com os pés
que com os seus dez satélites te perscrutam no caminho.
Cheiram-te
Têm neles a tua memória, conversam entre si sobre o paladar das tuas costas de desejos.
Amam-te os pés porque a terra já não o faz,
Deixou-te
Largou-te
No universo da existência e sucumbiste antes de te elevares.
Amo-te com os cabelos
Porque são rebeldes na sua verticalidade,
Não esquecem o desenlace
Trágico
das tuas mãos,
O descansado respirar oferecido em outros mundos.
Crescem na esperança de te abraçarem,
pontes
cordas de afectos e
abraços de alma.
Ama-te o lado esquerdo
Oriente do meu instinto.
Intuição que me faz sonhar
as pernas
os pés
os cabelos.
Amo-te com o lado esquerdo já que o direito cala o grito e sossega o devaneio.
Pioneiro
Leva-me
Ensina-me
Em suma...tenta!
Tudo o resto
Não te ama, não te quer,
Repulsa-te
A ti
E a metade de mim.
Liliana
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