Brinco às escondidas por entre o serpentear do tempo. Encolho o que sou na salvaguarda da penunbra, onde o riso não chega e as lágrimas são surdas. A boca seca, o coração corre ainda, agrilhoado na teia sedosa do desalento.
Tenho saudades de sorrir, mas de sorrir com os dentes, as gengivas, a garganta!
De sentir a contracção da cara ao coração!
Onde perdi a coragem?
Onde te deixei Criança?
Saltarás sem mim num outro monte ou eras um amigo imaginário criado na vã ilusão da partilha?
Não sei. Esta mão, agarrada a este braço, agarrado a este corpo procura a linha da vida. Autonomamente. Corajosa, possui o desconhecido e traça o traço traçado livremente.
Poderia eu ser escrita e tudo seria simples, redondo e contínuo do A ao Z. Faria história, estória e curvas na areia inexplorada. Não sendo escrita, procuro nas palavras desenhadas o que as outras não encontram.
Quero destituir a fala, a mera sedutora das essências surdas. Pausa. Infinito. O peito amarrota o grito, o eterno deambulante suprimido.
Só queria ser encontrada para deixar o jogo... e o quarto escuro.
Liliana